As cervejas da chimay e seu cálice trapista
Além de minha visita a Bruxelas e Brugge na Bélgica, fiz uma visita às cidade homônimas às minhas queridas cervejas: Rochefort, Orval e Chimay, para conheçer um pouco mais sobre o mundo das cervejas trapistas.
Neste capitulo, vou falar sobre a Chimay.
Meus planos iniciais eram de visitar também a abadia de Saint Sixtus, que faz a Westvleteren, mas acho que vocês já leram sobre a minha tentativa frustrada.
Roteiro
Aluguei um carro em Bruxelas e fiz a visita de todas as abadias no mesmo dia. É tranquilo pra fazer tudo em um dia, mesmo porque pelo que pude constatar, não tem muito o que fazer nessas cidades além de visitar o mosteiro/cervejaria/pub.
Todas elas constam em regiões afastadas, quase rurais, então não espere chegar lá por transporte publico facilmente.
Alugue um carro com GPS e seja feliz.
Meu roteiro foi:
1 – De Bruxelas até Rochefort
2 – De Rochefort até Orval
3 – De Orval até Chimay
4 – De Chimay até Bruxelas
Optei por este roteiro principalmente por todas essas cidades ficarem no sul da Bélgica, e com isso fica mais facil de fazer tudo em apenas um dia.
Chegando em Chimay
Saí de Orval me sentindo muito bem, foi realmente maravilhoso, mas faltava a cereja do bolo… uma visita ao famoso Auberge de Poteaupré na cidade de Chimay.
Deck do lado de dentro do bar
O Auberge de Poteaupré é um bar/restaurante/hotel que é mantido pela Chimay, onde eles oferecem todos seus produtos, incluindo queijos, cervejas e refeições.
Eu queria visitar a abadia em sí, mas pelo que me informei, não era possível.
Já comentei em outro post sobre as cervejas da Chimay, eles tem 3 cervejas principais:
Chimay Première (Rouge) – Cerveja estilo dubbel com 7% de teor alcoólico
Chimay Cinq Cents (White) – Cerveja estilo tripel com 8% de teor alcoólico
Chimay Grande Réserve (Bleue) – Cerveja estilo strong dark ale com 9% de teor alcoólico
Porém, dentro do pub é possível encontrar uma quarta cerveja que só é servida lá em chope, a Spéciale Poteaupré.
Pra experimentar essa, só indo até lá!
Essa cerveja infelizmente não segue a mesma linha característica da Chimay, sendo um pouco mais suave e com corpo mais leve, mas ainda assim é uma boa cerveja.
É do tipo pale ale, com 4.8% de teor alcoólico.
Logo no cardápio é possível escolher diversos tipos de prazeres, desde uma torre de degustação de todas cervejas, passando pelos queijos especiais chegando até os pratos principais.
Enquanto eu ficava doido ao ver o cardápio, comecei a tirar fotos de todas as páginas e uma senhora muito educada veio toda sorridente me falando algo em uma língua que eu não entendia, não era inglês nem francês, aparentemente era flemish. Depois de uns 5 minutos, ela me apontou um local no cardápio que estava escrito em francês: “Se quiser, leve este cardápio como recordação de sua visita“.
Todo esse tempo ela estava tentando dizer algo do tipo: “Ow muleque, pára de tirar foto que o cardápio é brinde!”
Sendo assim, levei este belo souvenir como recordação da visita.
Clique aqui para ver a ultima versão do cardápio que eles disponibilizam online.
Chimay menu
Dêem uma olhada no video promocional do local
Seguindo a tradição de outros mosteiros trapistas, a Chimay possui cinco tipos de queijos para acompanhar suas cervejas.
Eles disponibilizam uma tábua de degustação com todos os queijos da casa. O ultimo queijo da foto abaixo na minha opinião é o melhor, é um queijo de longa maturação, bem forte e com tons amendoados, acompanha perfeitamente uma Chimay Grande Reserve.
Degustação de queijos trapistas
Cartaz de promoção do Capitale Du Fromage
As refeições servidas são ótimas, vão desde a petiscos, até lanches e pratos mais refinados.
Eu optei por um steak bovino com molho de chimay bleue acompanhado de fritas
A Roberta preferiu um mix com queijos, quiche, croquete e presunto defumado
A vista é um show a parte, pois do lado de fora, você dá de cara com uma área aberta com muitas árvores, muito verde e vacas holandesas por toda parte. O típico lugar onde você chegas as 12:00 e fica até meia noite, comendo comida boa, bebendo as melhores cervejas do mundo, comendo doces e conhecendo pessoas das mais diferentes culturas possíveis.
A vista lá de dentro
Um vídeo tremido lá de fora 🙂
Assim finalizei meu tour por três abadias trapistas: Rochefort, Orval e Chimay.
Uma pena que não tive tempo para visitar todas, mas com certeza em breve farei uma visita pelos outros mosteiros trapistas faltantes: Achel, Koningshoeven(La Trappe), Achel e Westvleteren.
Conhecí monges, visitei mosteiros, cervejarias e ruinas, experimentei a hospitalidade do sul da Bélgica e ainda pude rodar 600km em um único dia ensolaradado, tendo como paisagem moinhos de vento, vacas holandesas e vastas plantações em uma região que não existe poluição, trânsito ou barulho.
Seja você um apreciador de cervejas ou não, isso é algo que te marca pro resto da vida.
Me despedindo do meu dia trapista: levimente ébrio e completamente feliz 🙂